O Pacote das Pipocas

É desta que não me calo!

quinta-feira, julho 14, 2005

Ballet Gulbenkian

A Fundação Calouste Gulbenkian anunciou em comunicado, no dia 5 de Julho, a extinção do Ballet Gulbenkian. Ainda segundo o comunicado em questão, o Ballet Gulbenkian foi extinto "no quadro de reestruturação" da instituição e face à alteração do panorama da dança em Portugal. E acrescentava, que "a sua acção será mais incisiva através de fórmulas renovadas, mais directamente dirigidas às necessidades que hoje se identificam neste domínio e mais consentâneas com o seu estatuto institucional".

Perceberam o porquê da extinção?

Pois… eu também não! Mas gostava, eu e os outros espectadores atentos das temporadas de ballet da Gulbenkian, de conhecer os motivos reais da extinção desta companhia de dança já com 40 anos e com provas mais que dadas. Actualizadíssimos, com reportórios e novos espectáculos ensaiados, com espectáculos fabulosos já realizados, e senhores de toda a polivalência que actualmente se exige a um “performer” seja ele de que arte for, o conjunto de bailarinos vai seguramente deixar saudades.

Acresce o facto de alguns dos bailarinos estarem neste momento a braços com a dificuldade em encontrar posto noutra companhia de dança, dada a idade que já têm. Sabemos que a profissão é ingrata com “maiores de idade” (leia-se vintes e muitos, trintas).

Aliás, pasme-se ainda com o comentário do senhor administrador sobre o assunto. Sem mais delongas, afiançou que a decisão de extinção do Ballet Gulbenkian foi unânime e irreversível. Mas como é que uma pessoa destas se mantém à frente de uma instituição como a Fundação Calouste Gulbenkian??

Então mas isto faz-se?!

Dei comigo a pensar se a decisão unânime e irreversível teria a ver com a seca que o país atravessa (e por alminha de quem?!)… logo, com o número de banhos que cada bailarino toma…

Cheguei à conclusão que deve ser apenas por uma questão de visão curta e obtusa.

Pronto, meus amigos, resignem-se que fechou mais uma torneira da cultura, neste país já tão inculto.

5 Comments:

Blogger Zorze Zorzinelis said...

Muito bom este Post! É pena, pois é! Mas é perceptível o porquê desta atitude! Quanto mais inculta e vegetal a população for, mais fácil é de ser governada! Excluo, e com veemência, a corja de pseudo-intelectuais que aderiram à moda de pensarem saber mais do que realmente sabem - estão espelhados na Blogosfera! E são eles que acusam situações como esta e na verdade nunca contribuiram para que nada disto acontecesse - não falo de ti, Pipocas, como é óbvio. Eu assumo a minha parte da culpa, mas pelo menos ainda vi lá quatro ou cinco espectáculos - é pouco, mas será mais do que a maioria da população. Beijo Pipocas!

6:01 da tarde, julho 14, 2005  
Blogger paulo said...

pelas mesmas razões incompreensíveis que o meu "ilustre e elitista" (ou não fôssemos sulistas e liberais...) programa Gulbenkian de doutoramento em biomedicina foi extinto. sob o signo da reestruturação cortam-se pela raíz projectos com sucesso que existem há anos. mas também quem sou eu para me manifestar a este respeito? infelizmente, a minha voz (e a dos meus colegas) não é ouvida.

8:32 da tarde, julho 14, 2005  
Blogger António said...

Também ainda não percebi porque fechou a Companhia de Bailado da Gulbenkian.
Se calhar não é para perceber.
É para acatar.
A solução é só uma:
Alguém criar outra companhia de bailado.
E alguém há-de aparecer.
Nem que seja espanhol.
Há outra solução mas que não o é:
Acabou, morreu, enterrou, pôs flores e viva a música pimba!
Jinhos

11:42 da manhã, julho 15, 2005  
Blogger António said...

Parece que se começa a fazer luz:
A Gulbenkian parece querer apostar mais na Ciência.
E a Câmara de Lisboa, mais o Ministério da Cultura e ainda a própria Fundação, mostraram-se interessados em criar uma companhia.
E talvez apareçam uns messenas para ajudar!
Jinhos

10:46 da manhã, julho 18, 2005  
Blogger Pipocas said...

Boa! E até pode ser que tenha resultado o "ajuntamento" à porta da Gulbenkian a manifestar-se em prol da cultura!

O tempo o dirá...

2:38 da tarde, julho 18, 2005  

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