O senhor Anonymous

Imaginem que quando atravessam uma fase menos boa na vossa vida ou uma espécie de deserto, árido e sem nada, subitamente aparece um senhor anonymous, alguém que não vos conhece, nunca viu, ouviu ou sentiu, mas que, mesmo assim, consegue aproximar-se, acertar na mouche, acompanhar, dar conselhos animar... mimar.

Uma espécie de ser omnipresente que não sabemos quem é, mas que sabemos estar lá.

É curioso e reconfortante.

Tenho conhecido vários anonymous que se tornam tão próximos que deixam de ser anónimos, e passam a ter lugar cativo no nosso coração.

Para sempre.

O último senhor anonymous que conheci, teve um protagonismo considerável, do seu “posto” de observador silencioso e foi senhor da apresentação mais engraçada e criativa a que alguma vez assisti, pelo inesperado da “coisa”, pela surpresa que conseguiu criar, pelo bom humor com que o fez e, como se costuma dizer, pela boa energia que transmitiu.

O senhor anonymous agora já não é anónimo, e ainda bem. É uma pessoa calma, sensível, observadora e sagaz, o que lhe confere uma capacidade imensa de coerência e de verbalizar o que lhe vai no pensamento.

Só posso agradecer a surpresa que me fez, e também a provável amizade que se seguirá.