O Pacote das Pipocas

É desta que não me calo!

quarta-feira, março 02, 2005

Tia Babada I: Puto reguila 1 + Puto reguila 2 = um braço partido e uns dedos entalados

Sou uma tia babada de imensos sobrinhos. Uns à séria”, os outros “adoptivos".

Dois dos sobrinhos “à séria” são os putos mais reguilas que conheço. O Miguel de cinco anos e o Rodrigo de quase três anos.

Ontem estive com eles… o que deu lugar a um início de noite (muito) agitado. O Miguel e o Rodrigo são mesmo bem dispostos e levados da breca, com um efeito idêntico ao de uma “chain reaction”.

Ontem o Miguel estava muito compenetrado, atrás dos seus óculos que lhe emprestam um ar intelectual e responsável de mano mais velho. Distraidíssimo assistia a mais uma aventura do Tom & Jerry. De vez em quando chamava pela tia e conversava como um menino bem comportado. Mas esta calmia toda não é nada habitual, porque o Miguel é um menino muito maroto, que adora pregar partidas, irrequieto, embora muito dócil.

Por seu lado, o Rodrigo, o reguila-mor, sempre ligado à electricidade, irrequieto e super falador, voava para os braços de quem o apanhasse depois de trepar rápida e agilmente para o braço de um sofá, levando os adultos a lançarem-se em voo picado atrás dele, não fosse fazer “algum disparate”, daqueles que já lhe deram um bracito engessado de presente, no último fim-de-semana, depois de uma brincadeira mais atrevida com o irmão.

A novidade é que o Rodrigo, que entrou agora para a escolinha, aprendeu umas palavras menos “próprias”. Os adultos da família já tentaram várias versões para demovê-lo: 1 - não ligar ao que diz; 2 - pedir-lhe explicações “técnicas”, 3 - ralhar com ele. Como nenhuma resultou, a última versão é a pimenta no dedo. É que o Rodrigo não só sabe empregar as ditas palavras, como se ri às gargalhadas quando as diz, ciente de que está a fazer malandrice.

Ontem, pela milésima vez, a avó paterna espetava o dedo no ar e dizia: “Olha, estás a ver o dedo?”, O Rodrigo já sabe que a pimenta repousa (virtualmente) lá em cima. Lança-se logo em tom de birra: “Nããããa qééééé pimentaaaaaaa!!!!”

“Então não voltas a dizer isso”, diz-lhe a avó. O Rodrigo com um ar entre o sério e o divertido diz “Ê nã disse nada!”

O Miguel entretido com os desenhos animados nem ligava… até que chegou o pai. Correu para os mimos, fez diabruras e a tia, babada como sempre, ensinou-lhe mais uma ou duas partidas (para ajudar a festa, claro). De imediato pendurou-se nas pernas do pai e, em altos brados, dizia: “Xiiiiiiii-xiiiiiiii-xiiiiiii. Ó pai já estás aflito de fazer xi-xi? Xiiiiiiiii-xiiiiiiiii!!!” e depois, em delírio total: “Ó tia ajuda que o papá Nuno quer ir à casa-de-banho e eu não deixo!!!”

A brincadeira pegou… de tal maneira que o Rodrigo empurrou a porta da casa-de-banho e o Miguel entalou os deditos.

Ai, ai (suspiro)…

Conclusão: As crianças de hoje não trazem manual de instruções.

4 Comments:

Blogger paulo said...

putos reguilas fazem-me sempre lembrar o meu irmão que (segundo rezam as crónicas) era o cabo dos trabalhos para os meus pais.

curiosamente, agora deve ser uma das pessoas mais calmas e responsáveis que conheço...

9:59 da manhã, março 03, 2005  
Blogger Pipocas said...

Imagina que o meu mano também era assim. E super distraído. Lembro, aliás, de algumas façanhas memoráveis entre as quais:
- ficar pendurado pelos calções no cimo de uma baliza de futebol,
- costurar os dedos na máquina de costura da nossa avó,
- encher o depósito da gasolina e “arrancar” sem o tampão do depósito,
- esquecer-se da chave de casa dentro da própria casa e passar a noite ao relento dentro do carro, com vontade de ir à casa de banho e sem poder (porque entretanto, um cão pastor alemão insistia em vigiar o carro e a não deixá-lo sair)
Ehehehehe Os putos reguilas têm bem a quem sair.

4:49 da tarde, março 03, 2005  
Blogger paulo said...

realmente o teu irmão é um "peso-pesado"...
o auge da traquinice do meu irmão foi atingido com algumas façanhas dignas de registo. correr atrás duma galinha com um serrote na mão; acelerar relógios com umas valentes traulitadas nos pêndulo; partir o vidro da porta do prédio com o meu primo...
só tenho pena de não ter estado lá para ver

6:36 da tarde, março 03, 2005  
Blogger Pipocas said...

Há coisas giras que (felizmente) não nos saiem da memória...
;)

11:09 da tarde, março 03, 2005  

Enviar um comentário

<< Home